sábado, 4 de julho de 2009

Durante quase toda nossa vida, procuramos granjear aquilo que há de melhor, envolver-nos com as “melhores” pessoas, aquelas que, superficialmente correspondem às nossas expectativas, conhecer os “melhores” lugares,experimentar bebidas raras e quase desconhecidas,alcançar aquilo no qual,de maneira equivocada e errônea,denominamos felicidade.Em meus momentos de hiato,quando a vida revela sua face noturna e obscura,vem à tona questionamentos tão existenciais,tão profundos que,por vezes,como conseqüência,produz em mim uma enternecedora angústia e uma sensação estranha,o que,às vezes,faz-me metaforizar minha produção a um parto,embora desconheça a dimensão da dor.
Acredito na idéia de que as pessoas cometem seus erros por se adaptarem aquele estado de instabilidade, de oscilação. Perdemo-nos no real significado das palavras quando, durante nossa existência, enfrentamos questões que fragilizam nossa natureza e deixam-nos propensos ao erro. Sinceramente, não sei qual o verdadeiro itinerário da humanidade, que espécie de roteiro ela vem tendo como referência. O que enxergo é uma humanidade cansada de demagogias que ressaltam resoluções rápidas e práticas para tudo aquilo que põe em voga querelas do ser.
Pessoas, vítimas de si mesmas, afogadas em suas próprias concupsciências, buscando em outras pessoas, em locais, no sexo,
no vício, respostas que somente elas próprias poderão responder para si.A introspecção, a auto-análise é um interessante ponto de partida.No entanto, o homem por desconhecer o ensino dessa “escola”, perde-se nas outras, em busca de alcançar uma felicidade carente de elementos que deveriam ser intrínsecos a ela, que é a essência.Dai o motivo para essa constante procura.
Não existem métodos teóricos que solucionem questões de cunho tão profundo. A mudança, o ato de convergir, de buscar novos roteiros parte do ser. Este tem que ser o primeiro a mostrar-se disponível, em sua conjuntura, para que o “novo ser” possa sentir-se bem recepcionado na casa que o acolhe e as mudanças possam ser menos dolorosas. Temos que descobrir qual o nosso verdadeiro rosto e desfazer-nos de nossas antigas máscaras. Ser amigo íntimo da legião estrangeira que em nós habita e interpretar em nós cada personalidade que nos forma, buscando, assim, diuturnamente, o caminho que nos levará ao encontro com nós mesmos.

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